PROMOTORIA DE DEFESA DA SAÚDE DE MG SOLICITA RECOLHIMENTO DE GLICOSÍMETROS DISTRIBUÍDOS NO ESTADO E UTILIZADOS POR DIABÉTICOS MARDESPANHENSES

Aparelhos usados por mardespanhenses apresentam erros na medição

O caso dos glicosímetros utilizados pelos diabéticos mineiros e, consequentemente, pelos mardespanhenses, denunciado em nossa recente edição impressa está sendo ignorado pela Secretaria Municipal de Saúde, mas não pelas autoridades mineiras. O Ministério Público de Minas Gerais solicitou à Secretaria de Estado da Saúde, anteontem, que recolha todos os aparelhos da marca Cepa GC distribuídos a diabéticos para medir a glicemia. Este aparelho é o que está sendo distribuído, neste ano, pela Secretaria de Saúde local. A leitura do glicosímetro não é homogênea como nos equipamentos de outras marcas, apresentando resultados bem mais elevados. O desvio leva pacientes a injetar mais insulina do que o necessário no sangue, representando até mesmo risco de morte. A Secretaria de Estado de Saúde alega, no entanto, que a maioria das reclamações decorreram do manuseio inadequado do aparelho e sustenta ter enviado um informe a todas as regionais do estado para orientar sobre o uso do equipamento. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabéticos, o médico Levimar Rocha Araújo, alerta que a entidade já recebeu dezenas de denúncias a respeito da falha do Cepa GC. Em entrevista ao jornal ESTADO DE MINAS, do dia 23 de julho, o médico relata casos de crianças, no Estado, que tiveram hipoglicemia (baixa de glicemia) por causa de doses erradas aplicadas com base na leitura do aparelho. Taquicardia, sudorese, tremores, confusão mental e crises convulsivas são alguns dos sintomas da alteração. Três associações de diabéticos receberam também denúncias contra o aparelho doado pelo Governo de Minas e pelas Prefeituras.  Para a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Estado, os aparelhos devem ser recolhidos.  Uma moradora do Bairro Jardim Guanabara que, desde fevereiro, controla seu índice de glicemia através deste aparelho relata alterações na medição. "Um dia a taxa de glicose aparece muito baixa, outro dia muito alta. Às vezes, no mesmo dia, a discrepância é absurda", relata.