A
Prefeitura Municipal de Mar de Espanha iniciou, no dia 04 de
fevereiro, o programa de transporte gratuito para os estudantes
universitários mardespanhenses que se deslocam diariamente até Juiz
de Fora. A ação é uma promessa de campanha do atual prefeito
Wellington Rodrigues e um benefício imenso para os estudantes. Mas o
serviço, em suas semanas iniciais, foi alvo de muitas reclamações
e protestos. A falta de planejamento como a determinação de uma
rota dos veículos e um cadastro apurado dos alunos seriam fatores
geradores dos protestos bem como o desconforto dos estudantes, visto
que os ônibus utilizados são específicos para atender alunos do
Ensino Fundamental. Os problemas têm levado alguns estudantes a
abandonarem o serviço público e gratuito e locarem vans
particulares para chegarem às faculdades no horário e com
segurança. “Eu estava indo no ônibus que a prefeitura
disponibilizou, mas realmente estava insustentável. Agora estou indo
de van. Essa promessa de gratuidade no transporte seria ótima, se
não fosse prematura, infantil e sem responsabilidade”, conta uma
estudante do Bairro Jardim Guanabara. “Foi um descaso ontem. O
ônibus quebrou e o motorista foi pegar os estudantes com uma van que
mal cabia quinze pessoas. Viemos 25 estudantes espremidos dentro
dela”, narra outro estudante. “Os horários não estão sendo
respeitados e os ônibus utilizados não são próprios para adultos
causando grande desconforto. Entendo gratuidade não como sinônimo
de descomprometimento com o bem estar dos usuários, principalmente
porque muitos de nós temos que acordar cedo no dia seguinte para
trabalharmos”, atesta um estudante do Centro da cidade. A questão
dos atrasos é uma reclamação recorrente. “Chegamos em casa 1h da
manha, sendo que no ano passado chegávamos normalmente meia noite. E
fora a saída para Juiz de Fora. Tem gente perdendo prova. Eu e mais
alguns estudamos em uma Universidade pública, nossa presença é sim
cobrada, e lá sim, há reprovação por infrequência. Estou
chegando atrasado para minha aula. Eu acho que está faltando uma
pouco mais de organização”, relata um estudante da Várzea na
rede social. O despreparo dos motoristas também repercute entre os
alunos. “Esses dias o motorista, na viagem de volta, errou o
caminho e pegou a estrada pela Belo Horizonte. Chegamos em Mar de
Espanha quase duas horas da manhã”, conta um estudante do Jardim
Guanabara. Entretanto, alguns estudantes não se importam com a
precariedade do serviço, mesmo sendo gratuito. “Não entendo estas
críticas. O importante é ser de graça”, enfatiza um estudante.
No início do ano letivo, quando as reclamações ganharam força nas
redes sociais, a funcionária da Secretaria Municipal de Educação,
Marcela Valle, explicou que alguns imprevistos realmente aconteceram,
mas que tudo seria resolvido. Um correligionário do PSDB informou à
nossa reportagem que a Prefeitura planeja adquirir dois ônibus para
atender os estudantes, a fim de diminuir o desconforto causado pela
utilização de ônibus infantis, informação não confirmada
oficialmente. Após o carnaval, a Prefeitura iniciou a venda de
passes escolares, através da Viação Sertaneja, pelo valor de 5
reais. Nossa reportagem tentou marcar uma entrevista com o prefeito
de Mar de Espanha, via e-mail (a correspondência eletrônica foi
enviada no dia 13 de fevereiro), mas não houve retorno por parte do
político. Nossa intenção era ouvir seus argumentos frente às
reclamações dos alunos e o que se pretende fazer para incrementar o
serviço gratuito, visto que a gratuidade é louvável, se vier
acompanhada da qualidade.
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