sexta-feira, 22 de março de 2013

PREFEITO DE MAR DE ESPANHA QUER CRIAR MAIS CARGOS COMISSIONADOS E "TREM DA ALEGRIA" NO PSF

Um projeto de lei polêmico de autoria do Executivo Municipal será discutido, hoje à noite, pelos vereadores mardespanhenses, em sessão extraordinária da Câmara. No projeto, o atual prefeito Wellington Rodrigues propõem a criação de mais três cargos de assessoria: um assessor especial e dois coordenadores de distrito, com salários de R$ 2mil e R$1,2 mil, respectivamente. Vale lembrar que, no começo do mandato, o prefeito propôs aumento de cerca de 80% nos salários de alguns cargos comissionados. No mesmo projeto, o prefeito propõe estabilidade provisória para os agentes comunitários de saúde que atuam no PSF (Programa de Saúde da Família). O prefeito alega que, com isso, estará garantindo a continuidade do programa. O projeto deve gerar grande discussão entre os legisladores, dado seu teor. O primeiro e grave erro do projeto é não estar acompanhado do Estudo de Impacto-Financeiro. Todo projeto de lei que incute criar novas despesas para o Município deve vir acompanhado deste estudo, até por atendimento ao LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). O município já possui uma estrutura organizacional de cargos e salários. O prefeito, com a lei, está criando novos cargos, consequentemente, criando mais salários que impactam no percentual legal a ser utilizado com a folha de pagamento e nas finanças municipais. Portanto, para ser discutido deve estar acompanhado deste estudo, sem ele, o projeto não deve ser nem analisado e discutido. Além disso, aprovando o projeto, os vereadores estarão autorizando o Prefeito a criar mais três cargos de assessoria. É preciso entender bem a viabilidade destes cargos, tendo em vista que no plano já constam cinco secretários municipais, dois assessores e seis diretores de departamentos, todos cargos de assessoria. Para que mais três assessores? Treze assessores não seriam suficientes para atender a demanda local? Este deve ser um outro ponto importante a ser discutido pelos vereadores. Já a intenção de dar estabilidade provisória aos agentes comunitários de saúde é outro fator que pode gerar polêmica na reunião. A ideia se assemelha a um verdadeiro “trem da alegria”, já adotado em outras gestões. Como exemplo, a Lei estadual 100, que deu estabilidade a funcionários estaduais não concursados, que agora correm o risco de serem demitidos, tendo em vista as decisões legais que consideram tal conduta ilegal e inconstitucional. A Constituição é clara quando diz que a estabilidade só será alcançada através de concurso público e também é clara ao dizer que contratações temporárias só poderão atender a necessidades emergenciais e temporárias. Logo, dar estabilidade para contratações temporárias é ferir a Constituição. O que os vereadores vão dizer sobre isso tudo? A presença na Câmara, logo mais à noite, da população será importante para entender tudo isso...

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